Ao retorcer recantos escondidos da casa e outros claramente mais acessíveis, testemunha-se, mais uma vez, a perda de contacto com os objectos que guardamos, aparentemente, por sensibilidade, prazer, necessidade ou futura demanda. Debalde. A casa caixote revela-nos fragmentos de cada miséria mundana ou um encontro desafortunado com a preguiça. Vou (irei) mais uma vez proceder a um labiríntico arquivo apenas pelo prazer de o esquecer em três tempos. O meu sonho: que o labirinto (como o mapa do conto de Borges) se confunda com a minha casa, ou com o meu rosto.
Apenas os livros, as bandas desenhadas e até os herdados livrinhos de piadas do PREC com mamas à mostra, nos declaram a sua excêntrica participação diária, aconchegando-nos. De resto, apenas pó. Aquilo que também seremos um dia.
maio 24, 2008
Estamos arrumados rumo ao pó...
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Um comentário:
as casas são caixotes. a poesia precisa de ar,a tua melancolia tb.
escreves com não se vê em lado algum. fica!
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