Há um vazio dentro de mim Feito daquilo que ainda não aconteceu, E habita neste ventre de gestação o poema.
Tem braços de mar, É corpo sem terra para atracar, É sonho, fantasia, Luz forte de cada dia.
E são de mármore os silêncios aqui, Nesta planície onde crio raízes etéreas, Onde construo castelos sem fortaleza, Onde me conjugo em cada ânsia, Em cada incerteza.
De homem tenho tudo, Mas sou assexuado no que quer que diga, Sou carreiro, sou distância e formiga.
E não estou sozinho na solidão de te pensar, De te dizer, de te amar. Não estou sozinho por estar.
A minha morada é a palavra, Nela me expando para além do que vejo, Do que sinto, Nas verdades que digo quando minto.
Se a um poeta se perdoa esta sorte, Viva então em mim o poema para além da morte.
Um comentário:
Um texto motivado pela foto, com um abraço.
A minha morada é a palavra
Há um vazio dentro de mim
Feito daquilo que ainda não aconteceu,
E habita neste ventre de gestação o poema.
Tem braços de mar,
É corpo sem terra para atracar,
É sonho, fantasia,
Luz forte de cada dia.
E são de mármore os silêncios aqui,
Nesta planície onde crio raízes etéreas,
Onde construo castelos sem fortaleza,
Onde me conjugo em cada ânsia,
Em cada incerteza.
De homem tenho tudo,
Mas sou assexuado no que quer que diga,
Sou carreiro, sou distância e formiga.
E não estou sozinho na solidão de te pensar,
De te dizer, de te amar.
Não estou sozinho por estar.
A minha morada é a palavra,
Nela me expando para além do que vejo,
Do que sinto,
Nas verdades que digo quando minto.
Se a um poeta se perdoa esta sorte,
Viva então em mim o poema para além da morte.
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