Muitos escritores me acompanharam nos dias desiguais, ensopados agora numa memória que não lhes fará justiça. Debalde. São amigos, e sem eles ninguém poderá “ler ou escrever sem estar em perpétua dívida”, observa Virginia Woolf no prefácio ao seu "Orlando" (que agora (re)leio). Referindo-se, entre outros, a Sir Thomas Browne, Sterne, De Quincey e Emily Bronte.
Desta última, finalizei (por quanto tempo?) a leitura de "Wuthering Heights" (Alto dos Vendavais), com a chancela da Dom Quixote, numa tradução muito razoável e cuidada de Ana Maria Chaves. Deste Alto estaria tudo dito e redito nos anais mais ou menos amansados da literatura. Enquadramento de pena Romântica e um, diríamos, sentimento do mais fino romanesco.
Mas diríamos mais. Um conhecimento espantoso das relações humanas (e sociais, da época e não só), alicerçado numa dinâmica narrativa avassaladora, atravessada por verdadeiras personagens (Heathclifft e Catherine estão neste momento aqui comigo), situando-se a acção no Norte de Inglaterra, bem a Norte, a um passo do abismo ou do inferno. Tudo seria nada sem a imagem e o conhecimento da alma humana, plasmada nos corações, entre a felicidade fugaz e o inferno, e de nos colocar lá dentro sem trégua. Ah, e, pois sim, trata-se de uma belíssima história de amor. Emily teria 30 anos quando a terminou, apenas um ano antes da sua morte.
-Quer vir comigo, minha linda? Não lhe faço mal nenhum. Ali, não quer? Para si, sou ainda pior que o Diabo. Pois bem, há uma que não foge da minha companhia! Meu Deus, como ela é persistente! Oh, maldição! Tudo isto é indizivelmente mais do que a carne e o sangue podem suportar, mesmo tratando-se de mim. Heathclifft
Curiosamente ambos os livros atrás referidos foram adaptados ao cinema. Em 1939, Willian Wyler dirigiu o filme que em português se chamou “O Monte dos Vendavais”, protagonizado por Lawrence Olivier e Merle Oberon, tendo sido galardoado com um Óscar (em oito nomeações). Existe uma outra versão de 1993 de Peter Kosminsky, a qual não vi. “Orlando”, o filme, foi realizado em 1992 por Sally Potter, e conta com um extraordinário desempenho de Tilda Swinton.
Desta última, finalizei (por quanto tempo?) a leitura de "Wuthering Heights" (Alto dos Vendavais), com a chancela da Dom Quixote, numa tradução muito razoável e cuidada de Ana Maria Chaves. Deste Alto estaria tudo dito e redito nos anais mais ou menos amansados da literatura. Enquadramento de pena Romântica e um, diríamos, sentimento do mais fino romanesco.
Mas diríamos mais. Um conhecimento espantoso das relações humanas (e sociais, da época e não só), alicerçado numa dinâmica narrativa avassaladora, atravessada por verdadeiras personagens (Heathclifft e Catherine estão neste momento aqui comigo), situando-se a acção no Norte de Inglaterra, bem a Norte, a um passo do abismo ou do inferno. Tudo seria nada sem a imagem e o conhecimento da alma humana, plasmada nos corações, entre a felicidade fugaz e o inferno, e de nos colocar lá dentro sem trégua. Ah, e, pois sim, trata-se de uma belíssima história de amor. Emily teria 30 anos quando a terminou, apenas um ano antes da sua morte.
-Quer vir comigo, minha linda? Não lhe faço mal nenhum. Ali, não quer? Para si, sou ainda pior que o Diabo. Pois bem, há uma que não foge da minha companhia! Meu Deus, como ela é persistente! Oh, maldição! Tudo isto é indizivelmente mais do que a carne e o sangue podem suportar, mesmo tratando-se de mim. Heathclifft
Curiosamente ambos os livros atrás referidos foram adaptados ao cinema. Em 1939, Willian Wyler dirigiu o filme que em português se chamou “O Monte dos Vendavais”, protagonizado por Lawrence Olivier e Merle Oberon, tendo sido galardoado com um Óscar (em oito nomeações). Existe uma outra versão de 1993 de Peter Kosminsky, a qual não vi. “Orlando”, o filme, foi realizado em 1992 por Sally Potter, e conta com um extraordinário desempenho de Tilda Swinton.
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