Nos calhamaços a tiracolo é
fundamental uma boa apneia, ainda para mais num asmático dado a cigarradas, por
isso a ultrapassagem das duzentas e cinquenta milhas (páginas) é fundamental. É
nesse ponto fulcral que o autor inevitavelmente deixa de nos surpreender,
começando-se a sentir como nossa, a sua linguagem, a reconhecer os seus
trejeitos, é quando surge aqui e acolá uma miudinha desconfiança relativa à
montanha de palavras que se acumulam nas páginas, um tempo de decisões
sombreadas por um possível enfado. Não é este o caso. Essa meta mental (mental
para mim) neste caso particular, foi sinceramente ultrapassada com alguma
satisfação, confundindo-se com o prazer de uma prova de fundo. Não são os
manejos que o salvam, são as entrelinhas que ditam essa vontade de continuar,
um aquecimento da alma muito próximo do cérebro, e algumas frases que nos
injetam estupefacientes em quantidade suficiente para continuar sem aguadeiros.
Será, sem dúvida, o estilo que mundanamente insinuei como maneios, que nos
move, mas igualmente a aventura da reconstituição histórica que não se perde no
estilo primevo de alguns nossos confrades que confundem época com lição, não se
delimitando em imagens a dar para o filme americano de adereços devidamente
homologado em máquinas de imediatismo, ou em devaneios de trazer por casa.
Ficamos a degustar um espinho cravado sobre a vida, a política, o manejamento
(deixem seguir esta) da palava. Os diálogos são fabulosos. O melhor é tomarmos
um comprimido que isso passa. Mais umas milhas (na quatrocentas e tal navegamos) e chegaremos lá. Mas não sabemos
bem onde.
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