Continuamos, com gosto evidente,
parece-me, a pagar os combustíveis mais caros do mundo deste lado do mundo.
Parece que são as taxas. Na minha factura da água (responsabilidade da AGERE em
Braga), por exemplo, a grande fatia vai paras taxas e taxinhas, mais de metade
serve para animar os cofres da câmara, com coisas lindíssimas relativas a
separação de resíduos, animando igualmente os bolsos de alguns gestores semi-analfabetos.
A factura da EDP não fica nada atrás, mas sobre a EDP não gosto de falar.
Compreendo mal o mandarim e não quero cometer grandes gaffes. Não tarda nada a
Universidade do Minho lançará a licenciatura em Taxas e Companhia, para juntar
àquelas tipo administração pública, gestão (danosa) e a novíssima Proteção
Civil e gestão do território, uma lateralização eufemística do curso de
geografia e planeamento que vai perdendo gás e empregabilidade (se é que alguma
vez a teve).
Nada disto teria qualquer importância
se estivéssemos perto de um coffee shop na Holanda, ou a visitar os locais dos
crimes da saga Millennium em Estocolomo, ou apenas a passear na rua
Bellmansgatan, mas ficando aqui por Braga a coisa assume alguma relevância, tendo
em conta que um ordenado médio andará à volta de 700 euros (com sorte), e
algumas das rendas T2 já andam perto disso. Nada que preocupe os seres humanos
cá do burgo, desde que possam passar horas no trânsito para chegar a um
qualquer centro comercial, está tudo bem. Só se chateiam quando não há
estacionamento, podendo bater-se barbaramente por um lugar. Tanto sacrifício
para nada, não pode ser. E assim continuamos bem lixados, perdão, taxados.
Adenda (a capa do Libération de ontem):
Adenda (a capa do Libération de ontem):
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