Confesso que continuo a maravilhar-me (quase) diariamente
com este país. A criatividade, nas suas mais variadas formas, sobretudo as não
responsáveis e as irresponsáveis, são um marco indelével e um exemplo para todo
o mundo. Veja-se o caso (um romance para alguns, uma farsa para outros, mais distraídos)
de Tancos. Após um ano e picos de diligências e histórias, finalmente não
chegamos a conclusão nenhuma, mas só até ver. A juntar a Tancos e aos Comandos,
ninguém das forças especiais quis ficar de fora e os Fuzileiros deram um ar da
sua graça (literalmente): fuzileiros perderam caixa de munições e só deram por isso quando um condutor a achou na estrada.
Aqui perto, Pedrogão, ainda arde. Depois de sabermos a
história da malta (criativamente) a tentar receber umas coroas à custa de pretensas
primeiras casas que apenas eram visitadas de lembrança, chegamos agora a mais
uma folia da justiça: autarcas, quadrosda EDP e da Ascendi acusados de homicídio negligente, sem esquecer a
proteção civil. Por fim fiquei a saber que a minha licenciatura pré-bolonha
(ainda tenho algures uma pós graduação e uma tentativa frustrada de receber uma
bolsa de doutoramento – também queria ser filhos de deus e deste Portugal criativo),
já não vai ser equiparada a mestrado como, aliás, havia sido prometido pelo governo. Não fiquei triste. Isto é uma terra de oportunistas, perdão, de
oportunidades e desenrascanço. É como na República Dominicana, olhem lá:
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