«Eu não sei francamente o que é que eu fazia de mal.
Quando contaram a Belano o que se passou no Príapo’s, ele disse que nós não
eramos nem rufias nem chulos, mas eu a única coisa que fiz foi dar saída à
minha sensualidade. Em minha defesa apenas pude balbuciar (em tom de chalaça,
sem sequer o olhar nos olhos) que eu era um mostro da natureza. Mas Belano não
percebeu a piada. Na opinião dele, eu fazia tudo mal. Ainda por cima, não fui
eu que convidei Luis Sabastián Rosado para dançar. Foi ele, que estava perdido
de bêbado e deu-lhe para ali. Gosto de Luis Rosado, é o que eu lhe devia ter
disto, mas quem é que dizia alguma coisa ao André Breton do terceiro mundo?»
“Os detectives salvagens”, (pp.170), Roberto Bolaño.
Tradução Miranda das Neves. Teorema/leya.
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