outubro 11, 2012

O André Breton do terceiro Mundo


«Eu não sei francamente o que é que eu fazia de mal. Quando contaram a Belano o que se passou no Príapo’s, ele disse que nós não eramos nem rufias nem chulos, mas eu a única coisa que fiz foi dar saída à minha sensualidade. Em minha defesa apenas pude balbuciar (em tom de chalaça, sem sequer o olhar nos olhos) que eu era um mostro da natureza. Mas Belano não percebeu a piada. Na opinião dele, eu fazia tudo mal. Ainda por cima, não fui eu que convidei Luis Sabastián Rosado para dançar. Foi ele, que estava perdido de bêbado e deu-lhe para ali. Gosto de Luis Rosado, é o que eu lhe devia ter disto, mas quem é que dizia alguma coisa ao André Breton do terceiro mundo?»

“Os detectives salvagens”, (pp.170), Roberto Bolaño. Tradução Miranda das Neves. Teorema/leya.

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