maio 18, 2012

Pacotes de transparência


O ministro Relvas, sem se rir muito, exibe-se, por Braga, revelando-nos o seu desígnio de um pacote de transparência. Carecemos. Que sim senhor, carecemos. Ontem, ao final da noite, num desses programas a metro informativo, na TVI24, um dos intervenientes condescendendo, remata certeiro - o tema era a justiça e as prescrições em série - sobre os pobres cá em baixo: oh, que sim, “têm o direito à justiça mas na prática não conseguem ter direito à impunidade”. Apenas isso. Impunidade… que outros conseguem. Uma questão metafísica relacionada com capital disponível. Escreve Camilo Castelo Branco, no seu “Senhor Ministro” que, na “assembleia do género humano, havia famílias que pareciam umas latrinas das fezes das outras”. De tão transparente, o dito parece-nos perfeitamente adaptável.


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