Lamenta-se a insuficiência de espaço (na capa) para aceder a todos os protagonistas que, de uma forma ou de outra, mas sempre com trabalho e responsabilidade, contribuíram para o estado de gangsterização (é assim mesmo que se escreve) em que se encontra o país chamado, e bem, Portugal. Leia-se o deprimido e visionário (que ninguém lê, nem lembra ao diabo), Raul Brandão. Leia-se:
Roubar já não se chama roubar. Este homem que comanda uma frota da Baía a Tunis, é um financeiro e um poeta [Atente-se, por ex, no Paulo Teixeira Pinto, ex Millennium]. Faz a fome e a fartura. Arruína um povo – e enriquece. Uma revolução, dois, três navios vão pelos ares…Mais negócio, melhor negócio. Este médico, este advogado, este honrado comerciante, exploram-te. Enriquecem. Desçamos na escala: ali à esquina levam-te a carteira com uma nota de dez mil réis. A isto se chama roubar.
Sacado do “Húmus” (1917) de Raul Brandão que por vezes, não raras, assoma a bocas de esgoto armadas em picheleiros da mudança.
Roubar já não se chama roubar. Este homem que comanda uma frota da Baía a Tunis, é um financeiro e um poeta [Atente-se, por ex, no Paulo Teixeira Pinto, ex Millennium]. Faz a fome e a fartura. Arruína um povo – e enriquece. Uma revolução, dois, três navios vão pelos ares…Mais negócio, melhor negócio. Este médico, este advogado, este honrado comerciante, exploram-te. Enriquecem. Desçamos na escala: ali à esquina levam-te a carteira com uma nota de dez mil réis. A isto se chama roubar.
Sacado do “Húmus” (1917) de Raul Brandão que por vezes, não raras, assoma a bocas de esgoto armadas em picheleiros da mudança.
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