Em boa verdade, quando ouço falar em posições oficiais, lembro-me logo da pornografia mais reles. Também esta tem as suas posições. Também, para além de outras, terá as suas oficiais e oficiosas, a julgar pela cambada (altamente credenciada) que (sorrateira) destila pedinchando, um pouco de sexo.
Se vira o disco, ou o canal, é indiferente. Na esperança ténue de um carinho cinematográfico, ou à falta deste, um acrescento ao cérebro grelado pelas indisposições alcoólicas, conversas sem treta e arremetidas de sacristia, encontra-se, pois o pecado calça-nos os ouvidos, encontra-se todo um leque de relações bilaterais, com um jornalista a reboque de uma marquise em lugar da boca. Este escancaramento, mais as relações, ainda por cima de natureza bilateral, inevitavelmente me projectam para o domínio da pornografia e do putedo mais bravo. Melhor me recordam, mais o parecem, mas sem a verve, sem a magnitude esplêndida do prazer carnal desabrido.
Nisto e naquilo pensava eu, quando deu num remake súbito, a dança espasmódica do momento: as primárias na América. Eu ainda avancei um “que tipos atrasados, aqui já não se chamam primárias mas “2ºciclo” do ensino básico”, quando, a páginas tantas, lá dizia, a Sra. Clinton que depois de um Bush (o segundo) teríamos de ter um Clinton (uma neste caso), segundo(a) para limpar a casa. Obama à sua frente, excitado, quase lhe deu para o batuque. Eu pensei “ que raio, não esclarecem, neste caso, se também o Clinton de serviço vai trabalhar com o charuto?...”
Toda esta parcimónia e gentileza encerra mais olhos que barriga. Porquanto esta dicotomia ou maniqueísmo, mulher branca/homem preto… parece coisa de porno, não?
Um comentário:
Texto de elevadíssima qualidade. Por onde anda o senhor?...
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