Não temos memória. Ainda bem. Apenas saudade: das festas, do convívio entre cúmplices, do silêncio irmão de todas as coisas. Até do vazio. Saudades do vazio é a praia (deixem passar) da liberdade. Isto não tem nada de poético, apenas não se restringe (é uma recusa sólida) ao plano jurídico, político, médico ou social. Todos vamos morrer. E deveríamos começar por morrer uns com os outros, porque isso seria viver. Sobreviver, apenas sobreviver, é uma coisa que podemos facilmente aprender com os nossos antepassados. Mas para isso seria necessário conhecer o nosso país. Custa. Lá isso custa...
(*Ruy Belo)
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