Perguntei, ninguém sabia (não sei se ainda não sabem), onde
ficava o mundo, uma pergunta em forma de Raul Solnado, ninguém sabia onde raio
ficava esse mundo onde o tal de Bolsonaro (já ouvi falar dele, a sério, mas de onde?) ganhou o jogo do bicho, não achei estranho,
o jogo já criou (leia-se infectou) bicho por todo o lado que não há mundo que
chegue para dar vazão aos bichos que gostam de procriar, ou ganhar bicho, o que
não é bem a mesma coisa. Ninguém sabe onde terá começado o jogo de criar bicho,
ou o jogo do bicho, o que só prova a simplicidade lusa do placard, ou mesmo da
malha, jogatanas que não são indiferentes a nenhum indígena com restos capilares
de inteligência de outras eras. Antigamente é que era bom, embora ninguém saiba
onde fica esse antigamente. Aposto que é perto do jogo do bicho. Dá sempre uma boa
criação. Eu sei disso.
outubro 29, 2018
outubro 21, 2018
O que terei feito de mal para as pessoas gostarem do livro?
O meu problema era o
nível da prosa. Até que ponto a minha prosa é boa? E falar da guerra, nesse
sentido também, é muito complicado. E falar de vivência, coisas pessoais. E foi
estranho. Os Cus de Judas teve sucesso imediato. Lembro-me que quis fazer o
lançamento de Memória de Elefante e estavam o editor, uma empregada da editora
e eu. N’Os Cus de Judas já havia uma multidão. Os meus irmãos diziam-me: “Na
praia está toda a gente a ler Memória de Elefante.” Não estava preparado para
aquele sucesso e fiquei desconfiado. O que terei feito de mal para as pessoas
gostarem do livro? (daqui)
Gosto sempre das entrevistas, e vou lendo as suas redacções compridas (para utilizar as palavras do próprio) de forma salteada e ligeira, admito. Separa-nos quase tudo. E isso é sempre estimulante. A páginas tantas, conta isto: Uma vez, eu tinha uns
14 anos, não me apeteceu ir ao liceu e não fui. Ele [o pai]entrou no meu quarto, abriu
a janela, de repente ficou luz e eu acordei. A minha pergunta foi: “Vem
assistir ao acordar de um génio?
Nós somos seguríssimos, não somos?
Está a dizer isso porque os portugueses dizem mal dos outros
portugueses e de Portugal. Mas isso significa que têm a segurança necessária e
suficiente para dizerem mal de Portugal e dos portugueses. Vá arranjar um
húngaro que diga mal da Hungria e dos húngaros! Não arranja um! Pronto, deve
haver um. Isto é um exagero retórico. Encontre um polaco que diga mal da
Polónia como nós dizemos de Portugal... Deve haver poucos. Nós somos
seguríssimos. A coisa mais importante que é preciso ter na Europa nós temos,
que é a nacionalidade. Temos mil anos. Leia o ensaio da Hannah Arendt sobre a
nacionalidade. Se você não tiver nacionalidade não existe.
(imperdível, digo eu - daqui)
outubro 19, 2018
outubro 08, 2018
Sporting: déjà vu?
Factos:
À sétima jornada estamos no 5º
lugar com treze pontos. Temos o 7º melhor ataque e a oitava (por extenso tem
outra pinta) melhor defesa. Sussurram-me
que não sofríamos quatro golos para a liga há cerca de dez anos e picos.
Estamos tristes, diz ele. É um passo atrás, mas nada nos pode perturbar, diz
ele. Ele… é o treinador. Se calhar o
problema é ninguém o perturbar. A ele e aos jogadores. Deixem os bocejos para
nós, tristes adeptos.
Suposições:
Estes tipos não treinam, ou se
treinam tentam disfarçar ao máximo para confundir os adversários. Bom, às vezes
lá treinam, mas fora do país. Como na passada semana, na Ucrânia. Aliás, no
final desse treino disputado ao ritmo de uma marcha fúnebre, uma verdadeira
conspiração cósmica intercedeu, colocando uma mão por debaixo do treinador.
Sucede o mesmo com o menino e o borracho. Até quando?
Questões (zangadas):
Se estes tipos não treinam, o que
fazem durante aquele tempo todo em que estão na academia? Se o treinador é um
especialista em futebol, porque será que nós não temos inveja disso? Se os
jogadores bocejam antes de um jogo, isso será ausência de noites bem dormidas?
A falta de intensidade demonstrada é um resquício (ainda) de traumas
psicológicos? Mesmo daqueles que não estavam na Academia no dia X? A falta de
jeito (súbita em alguns casos) de alguns jogadores é para acompanhar a
qualidade do treinador? A nossa paciência será um poço sem fundo? Entre outras…
Nota:
Já agora, como se sentiu o presidente sentado no
camarote do estádio do Portimonense? O mesmo clube em que o presidente da SAD
recentemente agrediu à cabeçada Rafael Barbosa, jogador emprestado pelo
Sporting, entretanto recambiado
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