Em pouco mais de um mês passamos do fim do mundo para a
circulação de bo(r)la. Com gosto, continuamos a marcar na própria baliza:
proponho uma escola de formação em auto-golos. Com gosto, continuamos a
escancarar as portas de casa, uns era no faice, outros é a dar a outra face em
qualquer ecrã por perto: proponho uma casa dos segredos à vista de todos. Com
gosto, continuamos a negociar com a imprensa, com a praça pública, com os
comentadeiros a soldo da justiça (dizem-nos): proponho uma residência artística
para trabalharmos estas temáticas ainda mais em conjunto. Com gosto, e
requinte, negociamos com esses empreendedores que representam os jogadores que
por eles são (supostamente) representados, ou familiares que representam
jogadores por eles paridos, não necessariamente por esta ordem: proponho
contratos de palavra dada, almoçaradas entre gente de bem, e quando alguém se
sentir afrontado poderá livremente seguir o seu caminho.
Proponho o livre mercado desde que não prejudique os clubes
rivais, apenas o nosso, se for caso disso. Proponho uma nova academia do quase,
a criação de um falhódromo, uma SAD cuja abertura a CMVM distinga com um
pontapé bem assente no nosso cu. Proponho um rugido mais baixo para não
incomodar ninguém. Proponho uma tríade de treinadores que englobe o (tal) que
já foi, o (tal) que aqui está e o outro que certamente virá no sorteio de
Setembro. Proponho a redução do número de lugares disponíveis no estádio, para
não termos que passar outra vez pela humilhação de ter uma média de
espectadores superior à do campeão nacional. Proponho-me prometer uma cláusula
de assistência às variantes psicológicas que possam, de alguma forma, perturbar
o livre arbítrio dos profissionais do nosso clube, mas apenas no futebol. Aos
outros digo: prometam falhar. Sem isso não se ganha.
(originalmente publicado aqui)
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