Após um compromisso madrugador de trabalho, fui arejar à
biblioteca (a propósito, já cá canta “A Flor e a Foice”, de Rentes de Carvalho).
Chegado a casa, antes de (mais) um compromisso
com a vassoura, deu-me para escolher um disquinho para animar. Não sei porquê fui
desaguar a uns Cds perdidos dos The
Mission. Não ouço os Mission há
séculos, penso até que é necessário um verdadeiro espírito de missão para os
conseguir escutar. Mas o mais importante é não renunciar a nada, muito menos às
origens. Caso apeteça, obviamente. Apeteceu-me.
Quando era puto, recebia com a religiosidade de um relógio
que nunca usei, um disco em vinil, ao final da tarde do dia 24 de Dezembro. As
prendas já estariam compradas, mas ao final da tarde, já em família, passávamos
numa loja de discos (há muito desaparecida), sita à Rua Direita, em Barcelos.
Uma dessas vezes, caiu-me no aperitivo o álbum “Children” (1988) dos The Mission,
uma banda cujo vocalista tinha sido guitarrista dos Sisters Of Mercy (que
entretanto vestem de amarelo). A primeira faixa do lado A do disco chamava-se “Beyond
the Pale”. Tinha sete minutos e quarenta e nove segundos. Devo-os ter contado
nessa e noutras noites. E isso basta.
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