dezembro 29, 2013

Post mortem (III)


O saco de batatas em causa já se denominou eufemisticamente de: calças. A história começou nos idos oitentas mas a sobremesa verdadeiramente chegou à nossa mesa nos idos noventas. A criação, as visitas à feira, a selecção de tecidos, a escolha do padrão, de tudo isso já fui culpado, já para não falar de uma boa meia hora de propedêuticos à sexta e ao sábado, para que nada batesse certo. Ainda não tinha lido Baudrillard e já ruminava simulacros por todo o lado. A situação destas calças: tarimba. Sítio: aquele lugar recôndito algures no nosso cérebro, perto de Barcelos, quase Coimbra. Ainda tentei vesti-las mais uma vez na esperança de ser expulso do território para todo o sempre, mas aquele lustre não é para todos. Cabe sempre mais um.

[Foto GP, modelo devidamente registado] 

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