Barcelos, década de 90 do século
XX. Local: o balcão de um bar atascado no centro da cidade. Entram dois moinas
(tradução: agentes da autoridade), tiram os quicos e juntam-se a nós ao balcão.
Finos, claro, perdão, príncipes, e um…huuum…pode ser camarãozinho da costa (as
sandes com o resto da cerveja ficavam para mais tarde, misteriosamente teletransportadas
para o carro patrulha). Toca o rádio, o walkie talkie, alguns chamavam-lhe radar, um dos agentes atende sem sair do
lugar. Cambio. Dá-se o caso de uma rixa fodida no bar X (relativamente perto do
Cávado), diz que parece o fim-do-mundo. O outro agente escuta-o calmamente, afaga
a pança num soslaio quase feminino, dá um gole no príncipe e chuta: calma, o sangue ainda não chegou ao rio!
Nesse dia percebemos até que ponto a irresponsabilidade e o desleixo se deitam
(e fodem) com a impunidade.
Não nos merece melhor exemplo que
este para teletransportarmos a situação para o veículo da actualidade que nos conduz.
Também aqui, parece, é preciso ter calma: a pobreza ainda não chegou ao rio; o
desemprego ainda não chegou ao rio; o ruído das barrigas a dar fome ainda não
deve ter chegado ao rio. A autoridade, neste caso os companheiros de luta Coelhaspar e Cavaco (entre outros)
estão aqui ao lado, junto ao balcão. Percebemos o deixa-os sangrar, o sangue ainda não chegou ao rio. Percebemos até
que ponto a irresponsabilidade e o desleixo se deitam (e fodem) com a
impunidade. Percebemos?
[sangue]
4 comentários:
deitam-se e fodem;)
estavas à espera de quê? é um prostíbulo... nem merece este texto!
e vai Nicha...
Alfredo B.A
;)
eu diria um conjunto de folhas excel coladas por nhanha :)
talvez a exportem:))
exportar nhanha parece que já está a ser feito ehehehe
Grande cena de Barcelos (para além da musical), depois a sua expansão em mancha de óleo :)
nhanha e pastéis de nata, estamos safos ahahahah
Barcelos, faço-te uma visita guiada:)
Postar um comentário