novembro 20, 2011

Tudo bons rapazes



Como se diz na minha terra, faz-me espécie que a mesma gente que em qualquer questiúncula de trânsito apite, insulte, ameace e até se bata; a mesma que num qualquer jogo de bola (pode ser no café) se chateie, provoque, insulte e ameace e até se bata; ou aquela mesma que por assuntos de um murete ou um qualquer rego de água desate logo a puxar da caçadeira, e aqueloutra que sob um qualquer diz-se que improvise um arremesso de ácido sobre a putativa causa de embaraço; essa gente é a mesma que encara com bonomia budista a irremediável crise, as imprescindíveis medidas e a inevitável austeridade e miséria. Essa mesmíssima gente acolhe com um enfadado são todos iguais, os casos e as pessoas envolvidas nos BPN, BPP e nas sucatices, ou a pornográfica relação entre o poder e algumas empresas privadas com um entra e sai desmedido de um lugar para o outro sem qualquer pejo. A mesma gente que convive paredes meias, diariamente, com delações, favorecimentos, luvas, atropelos, abusos de poder e muito medo à mistura. E sobretudo, dando-se bem com o silêncio conveniente. A ágil dobragem de espinha.

Será quiçá a esses que o Sr. Alemão da troika Jürgen Kröger se refere como gente boa, eventual eufemismo para corno manso. Não sabemos se este senhor conduzirá o seu automóvel enquanto nos pastoreia, mas ainda vai muito a tempo de numa qualquer das nossas maravilhosas rotundas mudar de opinião.

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