Hoje, mais uma final. Sem rir.
Entretanto, afigurava-se obvia (por aqui já havia sido referida), a adopção de um dos melhores programas da televisão do momento, a Liga dos últimos, pela RTP1. Há muito que este cunhava com a sua presença um novo espaço no ecrã da RTPN. Simples, com poucos meios, sem grande alarido, de forma genuinamente participada e, sobretudo, sem aquele falsete de programa que dá voz às gentes, apalhaçando-as, ou sugando as suas misérias em lume brando, sob um manto de comiseração indiferente. Pouca gente o via. E isso ajudava. Muito.
Começou a passar na RTP1 de mansinho, lá para a meia-noite de um qualquer dia para ver o efeito, e já vai em horário nobre de sexta antes do triste Malato. Quando a malta souber que aparece em grande relevo, vai querer brilhar e oferecer umas prendinhas aos apresentadores. Galhardetes, presuntinhos e viras, queixinhas, docinhos e alvíssaras. Transformar-se-ão na paródia de si próprios. Um simulacro.
Deste lado, gente se indignará. Outros, mais avisados, sublinharão que o povo é assim. Outros ainda, debaterão em repastos televisivos a matriz sociológica da coisa. Pulido Valente dirá que está tudo no Eça. Nada a fazer. Será mais um reality qualquer coisa. Adeus capitão Moura.
maio 04, 2008
Liga dos últimos
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3 comentários:
O Portugal dos pequeninos do Capitão Moura. Lindo!!!
sim o Pulido valente dirá que está tudo no Eça. Até ele.eh..eh.
Tem toda a razão: vai ser uma festarola.
grande texto
Estás a escrever com os dedos todos. Gosto.
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