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25 de Abril: nós oferecemos um (I)

Recentemente num autocarro urbano de Braga podia-se observar, numa caixinha azul junto ao motorista, um letreiro onde dizia: leia, nós oferecemos o livro, ou qualquer coisa parecida. Não cheguei a meter a mão na caixinha, absorvido que fui pelo generoso enlatado do autocarro, até bem ao fundo, como deve ser. Reflectindo, não pude deixar de pensar nesta coisa moderna de meter o livro pelas goelas abaixo dos mais (ou menos) incautos, numa espécie de exaltação efémera, ou evacuar de consciência, em contraste(?) com a vontade indómita dos funcionários (e manda-chuvas) camarários do Porto no despejo da escola (Es.Col.A.) da Fontinha, arremessando com sentido gosto livros (entre outros) pelas janelas.
Recordei-me, quase logo, de Baudrillard no seu livro “A sociedade de consumo*”, quando este se refere à cultura, a caminho (gradualmente) de perder a sua substância de sentido, comparando-a com a natureza, assegurando que nunca se glorificou tanto esta última como depois de estar destruída por todos os lados.
*A edição original é de 1970.
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