Babilónia: Minho. Chove. O elemento chave é a chuva: miudinha, tenaz, insossa; os passeios encolhem açambarcados por espectros dobrados e centenas de guarda-chuvas que se assemelham a cúpulas minúsculas. Batem-se os espectros pelo melhor olhar para o chão. Tocam sinos. Oh, um paraíso para andar de andaime em andaime. Depois chove ainda, uma chuvinha em câmara lenta, com várias designações a tiracolo, boçais, quase todas injustas. Alguém corre. Além, enfiam-se nas lacunas da cidade. José, à pala do seu nariz continua a fumar incólume à chuva, como se nada fosse. Até a cortesia se restringe ao mínimo, também ela salpicada, muito semelhante aqueloutra a que aludia Flaubert, condicionada pelo permanente nevoeiro Londrino, que apenas permitia ver as senhoras quando estavam demasiado próximas não consentindo uma saudação condigna. Suponho que a cortesia seja coisa do passado e passeio o olhar pelos andaimes da imaginação.
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