dezembro 10, 2012

Brasileiro, português de Angola


O negócio, para citar a irmandade brasileira, tem jeito não. Já se sabia da descabelada erosão dos nossos cérebros perpetrada no desígnio (mais um) da ortografia, chamando-se-lhe acordo, revelando-se na hora, eufemismo do mais fino quilate. Outros negócios, esses sim, florescem: a irmandade angolana, a compras, RTP, jornais, bancos, insignificâncias legitimadas na mais pura das convicções possidentes (petróleo e diamantes), tudo ao desbarato, que isto é terra de mão estendida. Essa mão estendida encobre outra: a mão escondida. A que acode aos negócios, uns e outros, sempre os seus, os mesmos que nunca colidem com os outros, encaixada na retórica encapotada do controlismo democrata, tudo para nós, nada contra nós. Assim vai a RelvasTP negociando e erodindo quem pega onda diferente, e assim vai o controleiro que se descontrola na aula e solta o gabinete de monotorização dos blogues, corolário de meses a roer-se por não se saber de tão distinto empreendimento. É assim a inteligência que nos pastoreia: de que vale espiar se ninguém sabe? No dito da irmandade brasileira, tem eufemismos para tudo, não? Mas se calhar vamos é ter um pai de santo… angolano. 

[imagem de Mana Neyestan]

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