setembro 21, 2009

As transições defensivas em campanha eleitoral


Com o desemprego a substituir-se ao diabo nos nossos pesadelos, uma engenhoca de escutas entretém o rebanho em vésperas de nada. Na padaria jura-se a bom jurar que a maquineta era um gravador potentíssimo parecido com aqueles onde se metiam as cassetes para jogar no velhinho ZX SPECTRUM. Ora o partido tende para o engenheiro ora para os sr. Presidente, um “um senhor”, outro “um senhor”. Esta aflição de encher o bandulho com retalhos da vida de um país servidos na sopa televisiva ainda vai no adro, e quando o andor chegar ao nicho (ou no dia seguinte), perplexos ficarão os frequentadores da padaria, e os outros todos, acordando para a realidade crua, servida nas mesmas televisões entre os restos eleitorais, novas amizades, mudanças súbitas de orientação e alguns cumprimentos aos vencidos e parabéns aos (justos vencedores). Até lá, como se verá, nem uma ideia, nem debate sério, assomará à portinhola das coisas aqui em baixo. Qualquer assunto pertinente, qualquer problema concreto do país e dos nativos será devidamente amordaçado e obviamente colocado na prateleira dos acessórios (justamente sancionado com o respectivo cartão), enquanto no tabuleiro da devassa, dos interesses instalados e por instalar, se faz aquilo que se deve fazer numa campanha eleitoral, a saber: jogar à macaca com os jornalistas e o povinho; prometer nova equipa e estratégias não esquecendo o trabalho, muito trabalho; simular umas faltas, insultar o adversário, pedir desculpa, sondar o árbitro, dar uns cacetes e levar outros; dar umas entrevistas prometendo fidelidade e amor eterno ao clube enquanto se negoceia à socapa com outras cores, porque nunca se sabe o dia de amanhã; e ainda, se possível, jurar a pés juntos que lhe estão a fazer a folha. Ora, para economização da inteligência e outras javardices já temos a manada do futebol. Força Sporting!

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