julho 14, 2008

Where is my mind?


Deixei assentar o pó quase uma semana. O sr. Eng. nas suas diatribes propagandísticas, mestre do sound-byte, lá anunciou, enlevado, uns tais carros eléctricos (lá mais para a frente) que estariam isentos de parte do imposto automóvel (cerca de 30%), quando estes, na realidade, já estão excluídos. Não é costume. Nem o trabalho de casa dos animadores do gabinete. Isso não interessou para nada. Na padaria já se fala entre as roscas desta abébia generosa do Sr. Eng. preocupado com o bolso e o ambiente. E que dizer da taxa Robin dos bosques, em português, taxa Pintarroxo dos eucaliptais, a qual iria, incidindo sobre os lucros das petrolíferas, à imagem dos intrépidos italianos, consertar as injustiças? Mas quais injustiças amigos? Os reflexos a jusante, se os houver, serão mais uma martelada de bom gosto no bolso rasgado dos consumidores delirantes. Não interessa nada. Nem uma ideia sequer aflora da fatiota regalada do nosso maratonista sinaleiro. Nem interessa. Quique Flores, quase se demitia. Loures pega fogo à demanda televisiva. “Não somos menos que os outros”, pinta-nos o Afonso roupeiro. Na padaria, um pardal esvoaça entre dois bolos de arroz e uma travessa de bolinhos de bacalhau. O Esteves electricista, rosna um “nem no tempo do Sr. Dr… nem no tempo do Sr. Dr”. A menina dos folhados acolhe com o seu olhar maroto o Videirinha, filho da Sra. Lurdes, coitada, entrevadinha e reumática. Cá fora, observo na montra a chegada do Sr. Grimi para o Sporting. Está calor e o povo português se não for a banhos com a casa às costas não descansa.
Já em casa recordo aquela frase do palhaço, cobarde, patético e devasso de capoeiras, Fiódor Pávlovitch ("Os Irmãos Karamázov"), referindo que “o povo Russo deve ser açoitado”. Precisa disso. O povo português dá-se bem com umas boas pancadinhas, entremeadas de misérias, desde que, devidamente avinhadas. “Do mal, o menos”. Com esta me caçou a Dona Rosinha, ia eu a entrar em casa.

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