maio 23, 2013

A angústia do escritor durante o aquecimento

[GP]

«Quero dizer que estás atrasado comparado com o Boris Vian. Com a tua idade ele já quase se tinha matado, mas tinha escrito quinhentas canções, trezentos poemas, não sei quantos romances, cinquenta peças de teatro, oito óperas, mil e quinhentas críticas de música. E não  isso, usava e abusava da trombeta. E era um noctâmbulo glorioso, que ia todos os dias do bar Vert à La Rhumerie Martiniquaise, do Tabou ao Petit Saint-Benoît, do Trois Canettes ao Vieux Colombier. Dois casamentos, não sei quantos filhos, estudos de engenharia, mil discussões com os empregados do Balzar, tropelias mil, engolia as agulhas dos gira-discos nas festas dos meninos bem do bairro, e, enfim, para quê contar-te mais.»

“Paris nunca se acaba” (pp.159), Enrique Vila-Matas. Tradução de Jorge Fallorca. Teorema.

4 comentários:

Gerónimo Cão disse...

diria: a angústia do escritor durante o esquecimento eheheheh

Gabriel Pedro disse...

sem dúvida, o título mais indicado:)

Anônimo disse...

O mundo é mau. Por favor gosta de mim. Vai-te despir

Gabriel Pedro disse...

mundo cão...ahahah

não gosto de ti anónimo ahahahahahahahah