É assombroso o tempo que alguns tipos da bloga dispõem para ver televisão. E paciência. Mais, constata-se que todos desfrutam para aí de uns cem canais, pelo menos, Zon, Meo, teo ou dele. Sentam-se e vêm uma data de coisas. A crer numa dessas publicidades, namoraram e casaram com o sofá televisivo. Tudo, parece, por uma boa causa: compreender a realidade televisiva, desmanchá-la em postas e explicá-la, essa realidade pouco mais que sofrível, dizem-nos, enternecidos, a reboque de mais um programinha.
As apreciações passam pela bola, os novos programas da TVI24, com um admirável fundo azul, para não variar. Ainda assim, pasmam com esse fundo. E o vermelhinho SIC, ah? Ou será ao contrário? Debates. Conclaves. A mesinha disposta ao centro num cenário pobretanas. Enternecem-se lívidos a observar as derrapagens e despersonalizações que alguns (mesmo os bons - afirmam) sofrem na, digamos, degenerescência do processo televisivo. Uns, gordos, outros magros. Penteados pindéricos. Tiques nefandos. As vozes do dono. Cada um com o seu. A barriguinha e o ar de puto. E depois, os programas ainda mais intoleráveis, vêem-nos todos, evidentemente, para poder analisar: jornais, nichos, passeatas da fama, cançonetistas, programas com nome de gajas, apanhados, "circo e mais circo", escrevem, visivelmente alterados. Mudam de canal. E ali ficam. Observam indivíduos a tropeçar no passado ("a toda a hora!" – repetem- exaltados, denunciantes, moralistas); "aqui há gato", vociferam outros, reflectindo sobre as meninas (e meninos) em pelota total (incluindo a intelectual). E ali ficam. Mais uma série, enquanto se vai buscar um docinho e lavar a loiça. Perde-se pitada aqui e aguenta-se estoicamente ali. Acolá ainda há-de ter qualquer coisa para se ver. Perdão, para analisar.
As apreciações passam pela bola, os novos programas da TVI24, com um admirável fundo azul, para não variar. Ainda assim, pasmam com esse fundo. E o vermelhinho SIC, ah? Ou será ao contrário? Debates. Conclaves. A mesinha disposta ao centro num cenário pobretanas. Enternecem-se lívidos a observar as derrapagens e despersonalizações que alguns (mesmo os bons - afirmam) sofrem na, digamos, degenerescência do processo televisivo. Uns, gordos, outros magros. Penteados pindéricos. Tiques nefandos. As vozes do dono. Cada um com o seu. A barriguinha e o ar de puto. E depois, os programas ainda mais intoleráveis, vêem-nos todos, evidentemente, para poder analisar: jornais, nichos, passeatas da fama, cançonetistas, programas com nome de gajas, apanhados, "circo e mais circo", escrevem, visivelmente alterados. Mudam de canal. E ali ficam. Observam indivíduos a tropeçar no passado ("a toda a hora!" – repetem- exaltados, denunciantes, moralistas); "aqui há gato", vociferam outros, reflectindo sobre as meninas (e meninos) em pelota total (incluindo a intelectual). E ali ficam. Mais uma série, enquanto se vai buscar um docinho e lavar a loiça. Perde-se pitada aqui e aguenta-se estoicamente ali. Acolá ainda há-de ter qualquer coisa para se ver. Perdão, para analisar.
2 comentários:
«Analisam» só para depois se poderem mostrar «escandalizados» com o que vêem. Terminam a fazer parte do mesmo saco.
A maior parte dos blogues serve para promover ou derrubar algo. Mesmo os mais generalistas e os individuais, apresentam sempre uma qualquer conotação, em algum campo. E como diz, analisam e provavelmente não fazem outra coisa senão ver televisão. promovem-se e promovem os amigos, frequentam os mesmo locais e às vezes até se zangam. São quase todos de Lisboa e arredores e convidam-se para eventos e debates, desde que consigam aparecer e até arranjam empregos, veja lá…
Bom artigo!
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