outubro 24, 2008

Esqueçam as compilações e concentrem-se nos epílogos românticos da nossa desgraça

Da janela que me impingem, vejo um taipal em constante terapia de imagens e sons, pequenos grupos devidamente estratificados de emblemas prateados e constelações de egos em sintonia com o ruído vigente. Já não ouço. É o burburinho que é silêncio mais vazio (já o escrevi algures). Mais uma bebida entretida entre alguns jornais atrasados e mais recentes. Uma bolha: o sr. Greenspan (presidente da reserva federal americana), aparentemente sem se rir muito (em rigor às gargalhadas) pede desculpa e reconhece que falhou na regulamenção do sistema financeiro dos E.U.A. Parece que acreditava piamente na auto-regulação dos mercados. Neste ponto (sem falso pretensiosismo) está o inútil anjo a rebolar-se de tanto lamber o pêlo. Ali ao lado, afinal, o sr. Haider, líder da extrema-direita (extrema e direita?) austríaca, homofóbico praticante e militante conservador e ultra qualquer coisa, revelou-se uma caixinha de bonecas depois da sua morte. Não interessa para nada a sua inclinação sexual, mas neste particular, a sua relação coloridíssima e de anos com o amigo Petzner, um jornalista de moda na área dos cosméticos é de bradar (e parece saída de uma história introspectiva e mal acabada do Walser), sem contar que em apenas 5 anos, o dito, provavelmente, pelos seus conhecimentos em perfumes e cremes já era o seu nº 2 e o feliz eleito para o suceder. Em tal repasto conservador não se deve meter o extintor. 
Dias antes, sem piedade de nós, o sr. Wolfowitz (amigo não colorido, diga-se, de Bush), presidente do FMI, já havia pedido desculpa por algum mal entendido e favorecimento à sua namorada coloridíssima, sem contar com as borradas coloridas do açougue que representa com “intuição”. 

Na padaria pouco se sabe disto. O Benfica empata na Alemanha em jornada de liga dos cavaleiros de são torcato e mais, só mesmo o sr. Magalhães que afinal é um computador coloridamente situado perto de uma roseira. O sr. Carlos, atempadamente, insurgiu-se com tamanho galanteio e falta de rigor sobre outras demandas de importância inadiável e sob protesto não bebeu o martini. Ficou-se por uma cerveja.  

PS: acabo isto com um raro: José Cardoso Pires, um anjo ancorado

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