novembro 08, 2015

O silêncio do abandono ou o abandono silenciado?





Há duas formas de olhar para as rápidas transformações por que o mundo passa. Muitos vêem sobretudo o que muda, outros procuram surpreender o que, a despeito delas, permanece.
Orlando Ribeiro


Faz falta um outro livro com as novas ruínas, essas ruínas novíssimas que engalanam o nosso país: edifícios inacabados, com os seus esqueletos ao leu (não faltam aqui por Braga), edifícios abandonados à nascença, despejados no lixo (e alegres recipientes de lixo), edifícios abandonados por desleixo por incompetência por manifesta falta de condições; estradas que não vão dar a lado nenhum, auto-estradas em duplicado triplicando os custos para todos ao longo da sua morte lenta. Tudo isto dá bem com os cortinados da sala de visitas da nossa modernidade serôdia, esse progresso que nos alimenta, enfeitando-nos os dias. Outras ruínas se vislumbram e são de carne e osso (ou eram). 

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